segunda-feira, 22 de abril de 2013

terça-feira, 16 de abril de 2013

Recolha fotográfica - Ensaio teórico

Através da recolha fotográfica, foi possível comprovar que a tipografia surge nos mais variados contextos do quotidiano, comunicando a toda a hora diferentes mensagens com diferentes significados (“ o meio ambiente da maioria de nós: cidades repletas de tipografia” in Tipografia – Origens, formas e usos de letras). Pelo simples folhear de uma revista ou de um jornal, podemos encontrar uma série de elementos tipográficos, cada um desempenhando o seu papel e remetendo para universos distintos. A fotografia que selecionei foi a seguinte:


A tipografia da imagem diz respeito a uma marca de joalharia feminina, contudo se tal observação não fosse feita, poderíamos ainda assim perfeitamente associar o tipo de letra representado ao universo feminino. A letra script e com serifa remetem imediatamente para a delicadeza e a sofisticação da indústria da joalharia. A conotação estética da letra comunica com o seu público-alvo (mulheres) e simultaneamente identifica o produto. Trata-se de um tipo de letra mais trabalhada, relativamente a outras tipografias do ideário feminino, mas nem por isso deixa de estar intimamente ligada à beleza e à elegância da mulher.
Caso estivéssemos perante um tipo de letra mais rude e menos ornamentada, não poderíamos afirmar com certeza, a pertença ao mundo feminino. Provavelmente haveria uma falha ao nível da comunicação visual visto que, menos ornamentação e mais sobriedade remeteriam para o pólo masculino.

Concluindo, é necessário clarificar que consoante o contexto associaremos, o tipo de letra mais adequado. A tipografia é igualmente comunicação visual, não podemos nunca descurar dela. A par da imagem e de todos os outros elementos numa composição, os elementos tipográficos assumem uma importância relevante.

Bibliografia consultada:
Paulo HEITLINGER,Tipografia – Origens, formas e usos de letras, Lisboa: Dinalivro, 2006

Memória descritiva - 2ª proposta

Tendo em conta, a pregnância do figurino de uma lata na notícia, a obra Campbell’s Soup Cans de Andy Warhol serviu de inspiração. A imagem de fundo foi propositadamente utilizada para remeter para o mundo da can soup, que estabeleceu uma relação com a própria notícia: “criando esculturas com milhares de latas de conservas doadas para solidariedade”. Tal como Warhol na sua obra, a composição visual pretendeu aliar a componente artística com a componente funcional.

Considerando agora a tipografia, há a consciencialização de que é um elemento que surge em quase tudo o que o ser humano visualiza no dia-a-dia, até mesmo numa lata de conserva (“é um chavão e lugar-comum” in Tipografia – Origens, formas e usos de letras). Apesar da funcionalidade que a tipografia pode adquirir, na maioria das vezes a letra surge com uma condição estética e não como uma função. Antes de ler, o indivíduo vê a letra, atenta na sua forma e encara-a como símbolo. A simbologia inerente à tipografia servirá, desta forma, para comunicar algo ao indivíduo, no caso do trabalho apresentado, os tipos de letras utilizados, tinham como objectivo remeter o mais possível para o universo de Andy Warhol (“ A prática da tipografia não é apenas um gozo ou prazer intelectual e estético; é sempre uma atividade social, de comunicação.” in Tipografia – Origens, formas e usos de letras).

Não houve na composição uma grande variação de tipos de letras. A sobriedade foi privilegiada ao invés da dispersão, visto que o uso de diferentes famílias tipográficas concederia à infografia, uma ideia de desordem/caos não pretendida neste caso.
Na palavra Canstruction foi utilizada um tipo de letra denominada por Vladimir Script, uma letra com serifa, mas que contrariamente à delicadeza da caligrafia inglesa, remetia para o caráter popular da can soup. Nesta palavra específica pretendia-se assim uma aproximação com tipografia de Campbell’s, conhecida e popularizada por muitos. Vladimir Script reporta ainda para a escrita à mão (script), uma das dez famílias tipográficas.
Algerian, a tipografia usada na palavra Alimentos, é também uma letra com serifa, geralmente associada a uma conotação decorativa. Os restantes tipos de letras utilizados não têm serifa e não possuem qualquer função ornamental. O uso de Gill Sans MT e de Myriad, ambas da família tipográfica humanista, concede sobriedade e simplicidade, dois atributos normalmente associados à tipografia empregada neste tipo de objectos do uso quotidiano (latas de conservas).

Em conclusão, é viável afirmar que o principal propósito do trabalho e das escolhas feitas, foi o de olhar para a imagem e para os seus elementos, principalmente para a tipografia, com a sensação de quem reconhece e se identifica com o que está representado. Olhar a composição como um todo e não somente como a soma das suas partes, permitirá que a tipografia faça o seu trabalho, “vestir e multiplicar a palavra escrita” (in Tipografia – Origens, formas e usos de letras).

Bibliografia consultada:
Paulo HEITLINGER,Tipografia – Origens, formas e usos de letras, Lisboa: Dinalivro, 2006

Composição visual - 2ª Proposta

Na segunda proposta de trabalho da disciplina de Design e Comunicação Visual, foi solicitada a elaboração de uma infografia com elementos tipográficos. A escolha de uma notícia foi a base do trabalho e a partir da mesma seriam contextualizadas as opções tipográficas. A notícia sobre a qual recaiu a escolha consta com o seguinte título: Canstruction: arte solidária com latas chega a Portugal. O resultado final é de seguida apresentado:

sexta-feira, 5 de abril de 2013

A tipografia no mundo feminino

Como vim a verificar ao longo da minha pesquisa e recolha fotográfica, a tipografia tem, de facto um poder enorme na escrita e sobretudo na forma como a vemos. Por detrás de cada forma de letra, encontramos inúmeras intenções, mensagens e até personalidades. Na verdade, a personalidade de uma determinada revista, por exemplo, pode estar implícita na tipografia que aquela utiliza. Um facto que nos passa ao de leve pela mente, mas que se não existisse, notaríamos logo a diferença. Nunca imaginaríamos na nossa cabeça, a tipografia da Vogue com uma serifa grossa, seria algo impensável. Assim e após uma leitura do livro de Paulo Heitlinger, verifiquei que a tipografia delicada, fina e sofisticada das revistas femininas insere-se "No reino das pernas longas", como o próprio autor designa.

"Super magras e altíssimas, verdadeiras anoréticas, as «Italiennes» parecem personificar os ideais subalimentados da moda feminina exibida na catwalk.
As «Italiennes», como esta Onyx MT, são muito alongadas, a serifa é retangular, mas curta. Romanas classicistas, porém alongadas ao máximo pelo efeito de uma condensação extrema."




Bibliografia consultada:
Paulo HEITLINGER, Tipografia, Origens, formas e uso das letras, Lisboa: Editora Dinalivro, 2006

Hard work, good design.